Por: Michel Dias - Eros & Psique - Publicado em: 02/12/2024
Hoje, massageei seus pés.
Tínhamos marcado para nos ver, ficar juntos.
Minha cabeça cheia de ideias, como sempre.
Ela chegou cansada; percebi em seu rosto que o dia tinha sido cheio.
“Vou tomar um banho e já venho, tá?”, disse ela.
“Senta aqui, descansa um pouco”, convidei.
Assim que ela retornou do banho, que devia estar bem quente, vista a vermelhidão de sua pele, peguei um hidratante e comecei uma massagem, um carinho em seus pés.
Deslizando por entre seus dedos, os dedos das minhas mãos descobriam mais pedacinhos para apreciar, mais cantinhos para decorar em minha mente: sua planta do pé, peito do pé, formato de unha e cores que sempre mudam a cada semana.
“Relaxa, deixa a hora passar devagar.”
E assim ela adormeceu.
Ainda fiquei massageando-a por mais um pouco, mas agora admirando seu sono, seu rosto, as curvas dos fios de seus cabelos.
Minhas mãos em seus tornozelos, meus olhos reparando seu nariz fino, seus lábios finos e delicados.
Há momentos em que deixamos as ideias ousadas para uma outra hora.
Nem todo calor precisa vir do sexo; ele pode vir de um carinho, de um cuidado.
São calores diferentes, mas igualmente importantes.
Pode vir de você ouvir uma pessoa, em meio ao sono, balbuciar: “Que sorte a minha ter você!”
E eu penso que não, a sorte é toda minha.
Toda minha.